Thursday, October 19, 2006

Eu só escrevo porque sou louco. Essa fagulha intrínseca e ilusória que acompanha toda a condição de existência humana se reflete e se explica em todos meus atos, pensamentos e contextos, por vezes é impulso de vida e beleza, encontra-se com um mar revolto de contradições que se chocam contra os fiordes sólidos da realidade – entrecortam a fibra de meu movimento – Assim se justifica e é reafirmado, como única fuga possível ao absurdo. Etmologicamente busco uma certa coesão entre as palavras que utilizo, tão pausadamente, para dar vazão à este paradoxo que se expele de meus pulmões e coração incessantes, intermitentes e incertos quanto a sua força de vida. O ar me falta e o peito palpita num corpo doente de amor. Sim, nas primeiras linhas o mistério, tão cuidadosamente arquitetado para se parecer com uma idéia, projeta-se como um vômito de verdades dos meus falsos e defensivos sentimentos, esses caracteres tão displicentemente impressos como lágrimas covardes e receosas de serem choradas, pois é assim que busco minha catarse, alguma paz e a promessa de um dia saber... como se escreve aconchego?
Fujo mais uma vez de meu desespero em abordar o tema central, sentindo alguma firmeza nos braços finos e de ossos salientes, as órbitas oculares que perscrutam o vazio se transformar em uma história fulguram algum fogo que se pensava extinto já há certo tempo. Poderia começar a desenhar meu mundo à partir de meus olhos preocupados, traçando sobrancelhas e um rosto com traços de curiosidade, seguindo uma pessoa e um mundo a dar cor , sentido e distâncias para o decorrer de uma vida datada e transfigurada em prosa, de beleza ímpar e andamento engenhoso. Mas este não sou eu, esse seria o monstro cerebral que abrigo em mim, monstro que busca em todos os momentos se separar do resto do mundo, se tornando um indivíduo a divisar os limites e o compasso desta história, mas este não sou eu.

O que é o invisível? – Pergunta uma criança a si mesma. – É aquilo que não podemos ver. Anos depois ela se faz a mesma pergunta – e se eu vir o invisível, como vou saber se o estou vendo ou não?

O limite estético e sensível me confronta a todo momento. É nesta linha tênue e tão verossímil que escrevo os quem, como, quando, e os porques. Toda história de vida se encontra em um momento ou outro com a minha forma de perceber. Daqui começo a minha dança com o par mais invisível e poderoso com que irei me deparar.
-- É a melhor coisa que já saiu de mim --
Fa

1 Comments:

Blogger Daí...daí é foda né? said...

posta ué. e esse texto acho que nao é quadrinizável,mas se tu quiser tentar:P

8:04 PM  

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