Monday, March 26, 2007

Releitura

Só pra dar um ar pro blog vou reavivar um trechinho perdido
Noite de abril, começo do outono. Está chovendo. Heimler disse que me traria as cartas pela manhã, vamos estudar o caso da sra.Watkins e partimos no trem das 11. Nisso, tenho tempo ainda de comer três paes torrados com queijo, vestir meu pijama, ler poemas de byron e adormecer. Amanhã será um dia importante.

É uma noite fria de final de abril, já passa da meia noite e estou acordado ainda. Eu gostaria que estivesse chovendo, mas não está, além disso pela manhã vou me frustrar estudando francês para a prova de sexta feira. Acordo, enrolo, ouço música, tomo banho e tenho tempo de almoçar e pegar o ônibus até o bairro do cristal. Pego mais um ônibus e estou na aula. Ainda tenho tempo de ouvir mais três vezes as duas músicas que baixei num programa novo pelo computador, escrever mais um parágrafo, ler uma revista ou conto deitado na cama e esquecer que estou acordado. Amanhã...

Noite de abril complicada e que me deixou frustrado. Cada vez mais tenho que guardar meus sentimentos para mim e , por algum motivo que não entendo, escapam com força pelas frestas na barreira que levantei. Ouço streets of philadelphia me perguntando se vou ser deixado mais uma vez para morrer no deserto. As finanças vão melhorando, as produções científicas também. O moral está baixo, levantemos a população dessa cidade com templos, catedrais e maravilhas do mundo. As tropas são poucas, apesar de sempre termos pronto o nosso quartel. Essa cidade de algum jogo está numa posição de conforto momentâneo, mas ameaçada. Eu joguei esse jogo várias vezes essa noite. Vou construir mais tropas, construir uma catedral com paredes de cristal feitas mais para brilhar do que para esconder os seus tesouros, construir duas fortificações nos seus limites e... treinar um espião.

Noite de abril fria e sem chuva, sem conexão com as outras noites e com referências infantis e fantasiosas de quem quer alcançar alguma coisa até nesse tipo de noite.

por Fabrício Peponto da época que ainda assinava como Makyusho Tekiai