verborréia múltipla 3 em 1
Cá estava eu nos arredores da cidade baixa de Porto Alegre, pegando um omnibus para me dirigir ao meu burguês apartamentinho de cinquentona quando entre infinitas fagulhas penso: "O que diabos é realmente o ódio?"
Temos quatrocentas e cinquenta e sete possíveis respostas pra esse dilema, mas a que me veio na cabeça no momento (agora já mudou, mas foda-se, o que importa de fato são os momentos) foi:
Ódio=Inveja.
Pense bem, seria tão fácil ser um cara que se rotula, porque nos limitando, limitamos nossos problemas, dramas, alegrias, amigos, locais e histórias. Cria-se uma barreira contra as outras tribos, rivalidades, briguinhas por causa de roupas e ideologias e voilá, temos mais um clichê. Desdo "pseudointelctual indie" até os mais comuns emos, metaleiros, etc... Todos são fundalmente iguais em sua pretensa rebeldia e real indiferença aos que os cerca de verdade, não apenas no seu limitado meio de convivência. Mas aí é que tá, ignore tudo que há de ofensivo no que eu disse e pense, de novo, seria fácil, muito fácil... Menos problemas e desafetos, desamores e menos labores. É muito fácil quando tem um livro de regras pra seguir, por isso os invejo, porque não consigo ser assim.
Esses dias veio um cara se dizendo "Thrasher" e me perguntando o que eu curtia, falando que usava bandanas, flanela, bonés pra cima, enfim, toda a estileira. Fiquei abismado com a capacidade do ser em reter sua atenção em apenas uma roupa, um tipo de música, e em saber se eu curtia thrash old school.
Claro que curto, meu estilo musical preferido é o thrash metal, mas perae, quem disse que isso me torna um "thrasher"? Eu não me autodefino, prefiro ouvir e vestir o que bem entender, acho algumas roupas e estilera anos 80 muito afudê, mas outras coisas nem tanto. Gosto do que gosto apenas. PONTO.
Não, não, não, eu não consigo viver "by the book", mesmo que seja aparentemente contra ele, não dá.
E eu tenho inveja de quem consegue, portanto tae, por isso odeio "tribos" e quem se mete com elas.
Mas como eu não sou "by the book", não tenho regras, portanto:
-Tenho amigos ue se autodefinem e não acho eles patéticos, apenas é a escolha deles, não a minha
-Foda-se tudo isso, dizer que odeia alguém por causa que esse alguém se autodefine de maneira patética também é se autodefinir como alguém que odeia algo, ou seja, se limitar.
-Isso torna todo o texto acima apenas uma breve divagação de como o ódio torna-se inveja ou vem dela, por vezes, talvez muitas, talvez poucas, talvez sempre, mas nunca nunca, não sei...
Viu como eu sou contraditório, mas não intelectualmente, acho, apenas dum jeito humano.
Voltando ao meu bairro semi-burguês, e me dirigindo a pé ao meu apê me vem outra mirabolante verborréia.
Caralho, já andaram no Menino Deus em qualquer horário do dia?
É triste, muito triste e decadente...
Mendigos e meninos de rua, todos devidamente drogados circulam num incessante círculo, inocentes e corrompidos ao mesmo tempo, todos eles.
Pobres seres, pobres físicamente, pobres mentalmente, pobres em muitos sentidos, caminhando como perdidos na névoa que se posta entre suas mentes chapadas e a realidade, como zumbis.
Daí percebi, EUREKA!
O Menino Deus é um jogo de videogame!
Mais especificamente Resident Evil 4.
São zumbis latino-americanos, semi-inteligentes e semi-conscientes, armados e famintos (e assim como os do jogo não é por cérebros...).
Ando desviando dos zumbis, no meu hábil controle.
Pego minha SigSauer, miro e... que diabos, eu nem conheço ele, deve ter filhos, mãe, pai, cachorro e esposa.
Como odiar algo que mal sabe de sua semi-existência, como desejar a morte ou a inexistência desse ser, desse, desse...HUMANO acima de tudo!
Que nem nós, que caga, mija, trepa e erra, não nessa mesma ordem.
Que chora e implora, que ama e destrói, que odeia e venera.
COMO???
Me sinto um pouco melhor e volto a jogar meu computador, a matar zumbis e hordas de inimigos.
Me sinto confortável, tirando a vida desses desumanos e frios "zeros" e "uns", que não amam nem vivem nem odeiam nem sentem.
Outra hora volto pro videogame real...
Uma prima querida viaja, outro primo querido se muda, e eu continuo aqui, esperando por algo absurdo acontecer...
OLHA SÓ!!!
Eu quase gabaritei matemática, informática e português no concurso!!!
Minha redação foi impecável e panfletária!
Vou passar?!?!
Não, peraí, me fudi na prova específica, que foi feita prum cara que trabalha a mais de ano em gráfica!
Ah, acontece, passarei na merda do vestibular então, finalmente.
Enchi o saco da minha vida de descascador de batatas profissional.
Veremos quantos ases eu terei na manga, e em que nível anda minha capacidade cerebral de autoenganação, e de distorcer a realidade a ponto de me tornar bom em matemática sem saber como e sem estudar nunca essa merda abstrata.
"ABSTRATA", que palavra estranha, junto com tantas outras que não parecem o que significam...
Diabos, vou acabar o meu logo.
Até mais!
:]
Temos quatrocentas e cinquenta e sete possíveis respostas pra esse dilema, mas a que me veio na cabeça no momento (agora já mudou, mas foda-se, o que importa de fato são os momentos) foi:
Ódio=Inveja.
Pense bem, seria tão fácil ser um cara que se rotula, porque nos limitando, limitamos nossos problemas, dramas, alegrias, amigos, locais e histórias. Cria-se uma barreira contra as outras tribos, rivalidades, briguinhas por causa de roupas e ideologias e voilá, temos mais um clichê. Desdo "pseudointelctual indie" até os mais comuns emos, metaleiros, etc... Todos são fundalmente iguais em sua pretensa rebeldia e real indiferença aos que os cerca de verdade, não apenas no seu limitado meio de convivência. Mas aí é que tá, ignore tudo que há de ofensivo no que eu disse e pense, de novo, seria fácil, muito fácil... Menos problemas e desafetos, desamores e menos labores. É muito fácil quando tem um livro de regras pra seguir, por isso os invejo, porque não consigo ser assim.
Esses dias veio um cara se dizendo "Thrasher" e me perguntando o que eu curtia, falando que usava bandanas, flanela, bonés pra cima, enfim, toda a estileira. Fiquei abismado com a capacidade do ser em reter sua atenção em apenas uma roupa, um tipo de música, e em saber se eu curtia thrash old school.
Claro que curto, meu estilo musical preferido é o thrash metal, mas perae, quem disse que isso me torna um "thrasher"? Eu não me autodefino, prefiro ouvir e vestir o que bem entender, acho algumas roupas e estilera anos 80 muito afudê, mas outras coisas nem tanto. Gosto do que gosto apenas. PONTO.
Não, não, não, eu não consigo viver "by the book", mesmo que seja aparentemente contra ele, não dá.
E eu tenho inveja de quem consegue, portanto tae, por isso odeio "tribos" e quem se mete com elas.
Mas como eu não sou "by the book", não tenho regras, portanto:
-Tenho amigos ue se autodefinem e não acho eles patéticos, apenas é a escolha deles, não a minha
-Foda-se tudo isso, dizer que odeia alguém por causa que esse alguém se autodefine de maneira patética também é se autodefinir como alguém que odeia algo, ou seja, se limitar.
-Isso torna todo o texto acima apenas uma breve divagação de como o ódio torna-se inveja ou vem dela, por vezes, talvez muitas, talvez poucas, talvez sempre, mas nunca nunca, não sei...
Viu como eu sou contraditório, mas não intelectualmente, acho, apenas dum jeito humano.
Voltando ao meu bairro semi-burguês, e me dirigindo a pé ao meu apê me vem outra mirabolante verborréia.
Caralho, já andaram no Menino Deus em qualquer horário do dia?
É triste, muito triste e decadente...
Mendigos e meninos de rua, todos devidamente drogados circulam num incessante círculo, inocentes e corrompidos ao mesmo tempo, todos eles.
Pobres seres, pobres físicamente, pobres mentalmente, pobres em muitos sentidos, caminhando como perdidos na névoa que se posta entre suas mentes chapadas e a realidade, como zumbis.
Daí percebi, EUREKA!
O Menino Deus é um jogo de videogame!
Mais especificamente Resident Evil 4.
São zumbis latino-americanos, semi-inteligentes e semi-conscientes, armados e famintos (e assim como os do jogo não é por cérebros...).
Ando desviando dos zumbis, no meu hábil controle.
Pego minha SigSauer, miro e... que diabos, eu nem conheço ele, deve ter filhos, mãe, pai, cachorro e esposa.
Como odiar algo que mal sabe de sua semi-existência, como desejar a morte ou a inexistência desse ser, desse, desse...HUMANO acima de tudo!
Que nem nós, que caga, mija, trepa e erra, não nessa mesma ordem.
Que chora e implora, que ama e destrói, que odeia e venera.
COMO???
Me sinto um pouco melhor e volto a jogar meu computador, a matar zumbis e hordas de inimigos.
Me sinto confortável, tirando a vida desses desumanos e frios "zeros" e "uns", que não amam nem vivem nem odeiam nem sentem.
Outra hora volto pro videogame real...
Uma prima querida viaja, outro primo querido se muda, e eu continuo aqui, esperando por algo absurdo acontecer...
OLHA SÓ!!!
Eu quase gabaritei matemática, informática e português no concurso!!!
Minha redação foi impecável e panfletária!
Vou passar?!?!
Não, peraí, me fudi na prova específica, que foi feita prum cara que trabalha a mais de ano em gráfica!
Ah, acontece, passarei na merda do vestibular então, finalmente.
Enchi o saco da minha vida de descascador de batatas profissional.
Veremos quantos ases eu terei na manga, e em que nível anda minha capacidade cerebral de autoenganação, e de distorcer a realidade a ponto de me tornar bom em matemática sem saber como e sem estudar nunca essa merda abstrata.
"ABSTRATA", que palavra estranha, junto com tantas outras que não parecem o que significam...
Diabos, vou acabar o meu logo.
Até mais!
:]