CADE A MANNY
Monday, October 30, 2006
Tuesday, October 24, 2006
"Idéias são coisas que os jovens carregam pra se iludir"
Friday, October 20, 2006
- Sabe.. eu tava pensando. Acho que no fim, nós estamos mesmo sozinhos. Não é tão terrível assim quanto soa, quem não gostaria de ser auto-suficiente?
- Eu não sei. Sei sim, eu não queria ser auto-suficiente.
- Por quê?
(Porque tenho medo de mim. Às vezes acho que a pessoa com quem mais tenho medo de ficar sozinha sou eu. Meus pensamentos me tomam e minhas palavras me machucam. Vai ver é por isso que eu to sempre bebendo água, é tanta coisa cuspida dentro de mim e tanto que eu estorvo que minha boca seca. Mas claro, aí me vem aquele dilema: parece que só eu vejo as pessoas com suas vidas tão vazias.. e ao mesmo tempo tão cheias que parece que eu vou me afogar no meio delas. Não sei se prefiro estar no meio delas, não quero me afogar. Mas aí eu fico estancada, porque também não quero afundar demais dentro de mim mesma. E é aí que vem a dúvida; eu não vou pra frente nem pra trás, e eu preciso de movimento, ação, e apesar das palavras na minha cabeça me confundirem parecendo me preencher a ponto de eu achar que ela vai estourar, que chegou ao limite e eu não aguento, eu preciso de ações, nem que sejam ações dessas pessoas pra mim vazias ou não-suficientes, pelo menos eu consigo cravar minha poucas unhas nelas e me segurar e não cair. Porque eu acho que tudo tem um equilíbrio, não que eu acredite ou busque explicações espirituais, mas é como uma balança mesmo, se um lado pesa demais você cai (e assim eu caio dentro de mim), então sou forçada a me segurar nas pessoas, pra não viver só dentro da minha cabeça e isso não pesar e eu não cair).
- Ah, porque... sei lá.
(Texto por Manoela F. Ribeiro, invasora-convidada)
Thursday, October 19, 2006
Fujo mais uma vez de meu desespero em abordar o tema central, sentindo alguma firmeza nos braços finos e de ossos salientes, as órbitas oculares que perscrutam o vazio se transformar em uma história fulguram algum fogo que se pensava extinto já há certo tempo. Poderia começar a desenhar meu mundo à partir de meus olhos preocupados, traçando sobrancelhas e um rosto com traços de curiosidade, seguindo uma pessoa e um mundo a dar cor , sentido e distâncias para o decorrer de uma vida datada e transfigurada em prosa, de beleza ímpar e andamento engenhoso. Mas este não sou eu, esse seria o monstro cerebral que abrigo em mim, monstro que busca em todos os momentos se separar do resto do mundo, se tornando um indivíduo a divisar os limites e o compasso desta história, mas este não sou eu.
O que é o invisível? – Pergunta uma criança a si mesma. – É aquilo que não podemos ver. Anos depois ela se faz a mesma pergunta – e se eu vir o invisível, como vou saber se o estou vendo ou não?
O limite estético e sensível me confronta a todo momento. É nesta linha tênue e tão verossímil que escrevo os quem, como, quando, e os porques. Toda história de vida se encontra em um momento ou outro com a minha forma de perceber. Daqui começo a minha dança com o par mais invisível e poderoso com que irei me deparar.
Friday, October 13, 2006
(...)
Desenho por Pedro, texto por Fabrício!
Era uma vez então, Manny. Manny, a morsa que como toda morsa nadava de cá pra lá sem se preocupar muito, abocanhando uns peixes e umas lulinhas quando sentia fome.
Certa vez, após muito cantar com seu rouco lamento músicas sessentistas, Manny recebe uma correspondência das belugas carteiras. - O que será? Pensou Manny
Uma nova estação televisiva com parabólicas imensas e um guia de assinatura de tv privada por satélite. Uau! Que imagem linda, pensou Manny, enquanto via leões no animal planet e ria da falta de sincronia dos seriados com aqueles macacos pelados, além de se entristecer com o bom e velho urso marxista que agora bebia uma bebida escura de garrafas avermelhadas. Pobre Manny, que não sabia o que lhe seria cobrada no dia 5 do próximo mês.
Foi assim que em mais uma manhã fria no polo sul um terrivel povo veio a Manny, munido de metralhadoras, facas, papéis à serem assinados e rádios à pilha. Eram os temíveis SEALS à procura de Petróleo! Eles se disseram parte do programa "petróleo por entretenimento", ao qual Manny devia 10 anos de uso de suas reservas, suas terras e gelo em volta delas, por ter aceito o material promocional do exército de salvação SEAL. Já havia um acordo de livre uso através do programa, o qual empurravam com suas patas nadadeiras sujas nos bigodes de Manny. Eis que Manny, um tanto incrédula e nervosa, resolve entrar no jogo deles.
Com uma metralhadora em cada mão, fuzila cruelmente todo o exército de salvação, atirando granadas com seu rabo nos barcos e botes do exército de salvação.
"Filhos da puta, pensou Manny. Eles não notaram que além de me tirarem a inocência e a lucidez, me deram o Rambo III"
Tuesday, October 10, 2006
New sensation
Like the song!
Post atualizado com as falas menorzinhas, mais ou menos como era antes^^
Já tive trabalho o suficiente com o quadrinho, o Fabrício edita o post e bota um texto pertinente^^
Abraços!!!
Manny anda preocupada.
Após viajar por tantos mares já despreocupada dos grandes terrores do século XX, vivia feliz ao lado do consumível e cyberpop começo de século onde tubarão não é mais nome de animal, e sim de um filme cult, e bomba atômica é "uma coisa que os macacos pelados usaram pra substituir seus pênis por um tempo mas não deu certo". Só que nessas, ela parou ali por Bangkok e leu notícias nos jornais de que homenzinhos amarelos, violentos e lutadores de taekwondo agora andavam armados até as ogivas também. Homenzinhos corriam de um lado para o outro, falando em conflito eminente e poderios bélicos.
Tolos, pensou Manny. Se exibindo com essas bombinhas e disputando o mundo sempre no tapa. Quando eles souberem que os seus testes nucleares criaram outros monstros além do Godzilla, aí será tarde, e é a MMMMMIIIM que vão responder ¬¬
Thursday, October 05, 2006
Renegado
Seus altos executivos circulam num mundo de fanatismo e devoção, venerando o onipresente deus Naiq/ Mesmo quando deveriam estar de folga, eles não param de pesquisar. Investigando as ruas, buscando novas pistas. Há décadas eles vêm comprando e subornando congressistas, democratas, modernos, liberais, patrocinando campanhas presidenciais, financiando planos de governo, armando, tramando novos consórcios globais que assumem rapidamente o controle de imensos e estratégicos patrimônios estatais - enfim, conquistando pequenos, médios e grandes mercados emergentes em todos os continentes, aquilo que antes chamávamos de países.
Renegado, batedor sou.
Não, não, não estamos falando só de macroeconomia ou geopolítica. Estamos falando de mutações, instituições, partidos, valores e concepções (religiões, no final das contas) que se anulam ou se reciclam vulgarmente a cada rotação da terra. De almas e mentes mutantes. Dos abjetos seres PDM – Portadores de Deficiência Moral. Mas exibindo seus reluzentes celulares digitais, palm-tops, pára-brisas blindados e bonés Naiq, esses são apenas os patéticos vilões da nossa história. Para enquadrarmos os heróis, temos que deslocar o cenário. Visualizemos uma zona metropolitana de um mercado decadente, berço de um verdadeiro exército de desajustados batedores. Becos da fome... Cassetetes...Escopetas...
Nesse ambiente hostil, a senha para a sobrevivência consiste numa resposta equilibrada para um recorrente conflito. De um lado a duvidosa e farsesca resistência das consagradas tradições, e de outro a perigosa sedução das antenas...”
Mas o batedor não come na mão de ninguém, não rezamos na cartilha dos Naiqmen, nosso combustivel é som. Não aquele contaminado que as donas de casa disputam nas prateleiras de ofertas dos grandes magazines incorporados só porque já ouviram um milhão de vezes nos Nike espaces, templos sagrados de Sir Nike, que nunca serão atingidos por míssei perdidos.
Sentimos de longe o cheiro da diluição incorporada
Estamos sempre nas quebradas e temos o poder de absorver só a batida que jamais fica batida
Fala por si só e não é um manifesto, só uma música do Mundo Livre S/A